Desde a adolescência eu me percebia diferente, mas não tinha conhecimento suficiente para saber que as garras da depressão estavam envolvendo minha mente e coração. As cores pareciam desbotar, os sorrisos eram mais que forçados, e a simples ideia de enfrentar o dia seguinte me deixava exausta.
Foi durante a fase mais desafiadora que percebi minha vocação: ajudar os outros a encontrar a luz que eu mesma procurava desesperadamente. A psicologia não era apenas uma carreira para mim; era também a minha salvação, minha chance de transformar minha dor em algo significativo. Decidi que, se pudesse encontrar uma maneira de superar minha própria depressão, poderia usar essa experiência para capacitar e apoiar os outros em suas jornadas de cura.
A decisão de mergulhar na psicologia não foi fácil. Significava enfrentar minhas próprias dificuldades enquanto ajudava os outros a confrontar os seus. Mas cada passo foi um ato de resistência, uma afirmação de minha determinação em não deixar que a depressão me definisse. Ao longo dos anos de estudo e prática clínica, aprendi a linguagem dos corações partidos e mentes em turbulência. Cada paciente que cruzava meu caminho era mais do que apenas um caso clínico; eram vidas que buscavam um farol de esperança.
Minha própria jornada profissional e de cura se entrelaçou com as histórias daqueles que busquei ajudar. Juntos, exploramos os lugares mais escuros da mente humana e encontramos luz onde antes só havia desespero. Cada pequena vitória de um paciente ressoava em meu próprio coração, lembrando-me de que a "cura" é possível, mesmo nos momentos mais difíceis.
Hoje, olho para trás e vejo como minha própria jornada de recuperação moldou minha prática como psicóloga. Minha empatia é mais profunda, minha compreensão é mais ampla, e minha dedicação é inabalável. Cada paciente que cruzou meu caminho não apenas recebeu orientação e apoio, mas também uma parte de minha própria jornada de cura.
Escolhi a psicologia não apenas como uma profissão, mas como uma missão de vida. Minha história é uma prova de que mesmo nas horas mais sombrias, há uma luz brilhante esperando para nos guiar para fora da escuridão. E é uma honra e privilégio caminhar ao lado daqueles que buscam encontrar seu próprio caminho.
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